domingo, 26 de setembro de 2010

RATEANDO NA LARGADA

Avaliando meus atributos atléticos para encarar essa maratona de filmes, acabo de descobrir que não chego nem a cavalo paraguaio. Tô mais prum pangaré manco, obsessivo e confuso.
Antes de encarar o burburinho ansioso das ante-salas de cinema da cidade, resolvi planejar metodicamente meu percurso nos próximos dias.
Primeiro passo: triagem. Dos “mais de 300 filmes!”, elaborei com todo rigor e critério uma enxuta lista de apenas 93 obras realmente interessantes. Um leque mais permissivo do que o exótico rabo do pavão de Itu. Vai desde o road movie rebolativo da Gretchen, até o Rubber, pneu assassino que já virou o filme fetiche dos cults. Passando naturalmente por todos os nomes orientais impronunciáveis que a crítica de bom gosto consegue soletrar sem nenhum desconforto ou cacofonia. Mesmo que o camarada tenha sido batizado de Weerasethakul. No meio dessa perspectiva que não conhece horizonte, o pangaré aqui empacou.
Pra aumentar a minha angústia, acabo de ler no Globo que meu amigo Ruy Garnier, partilhando a dedicação dos sábios, vaticina que não convém perder nenhum filme da retrospectiva do Jerzy Skolimowski.
Antes que eu comece a chorar em cima dos jornais, decidi correr para o colo da minha mulher, assistir a mais um mau jogo do flamengo e deixar ela decidir que filme vai nos embalar nesse sábado à noite. Quando descobrir, lhes conto.

Aurélio Aragão

Nenhum comentário:

Postar um comentário